terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Castanheira vira decoração de Natal na comunidade de Iratapuru.

A convite da Natura, a comunidade de São Francisco do Iratapuru, a 500km de Macapá (AM), no coração da Floresta Amazônica, celebra o Natal de 2017 de um jeito diferente
Parceiros da Natura por meio da castanheira - árvore que é fonte de sustento de ribeirinhos há muitas gerações e cujo fruto é um dos nossos ativos de biodiversidade -, os moradores da comunidade toparam o desafio de iluminar uma árvore de Natal brasileira.
Entre os dias 02 e 21 de novembro, em parceria com a Natura, toda a comunidade se mobilizou para viabilizar o projeto. Foram 20 dias para definir todos os detalhes, entre a produção do artesanato local- feito a partir de palha, e a busca pela castanheira perfeita.
Depois de eleita a árvore (que fica próxima ao Porto no Rio Iratapuru, entrada da comunidade), Daniel Bonito do Carmo, 38, enfrentou a escalada para pendurar os enfeites locais. Conhecida como “rainha da floresta”, as castanheira podem chegar a 50 metros de altura.
“Estamos vendo a castanheira de uma outra forma", contou Juniel Gomes da Silva, 25, que vive e trabalha na comunidade. “Foi muito gratificante ver toda a comunidade abraçar a ideia e viver esse momento. Não acreditei quando vi a árvore toda acesa”, completa.
O processo de colheita da castanha leva três meses e faz parte da vida dos ribeirinhos há muitas décadas.
Elizabeth Freitas dos Santos, 50, a Dona Bete, é uma das moradoras que sempre viveu da castanheira: “Quando eu era pequena, a gente tirava castanha lá mesmo na colocação (local da castanheira, no meio da floresta) e o marreteiro (vendedor) vinha de barco e levava direto para Belém, para a taberna (mercado)”, explica. “Aí a Natura apareceu”, conta. A relação começou com o breu branco, ativo usado para produzir fragrâncias. “O primeiro produto feito com breu veio daqui do Iratapuru”, diz, orgulhosa.
Em 2003, começava a parceria em torno da castanha. Atualmente, a colheita anual de oito toneladas do ativo é feita pela cooperativa com apoio da Natura. “De lá pra cá as coisas melhoraram muito”, diz. A Natura tem ainda um fundo de apoio à comunidade, que concede, por exemplo, bolsas para jovens estudantes cursarem a universidade. “Se todas as empresas fossem assim, com certeza as comunidades estariam melhor”, completa Dona Bete.
“Levar essa celebração para essa comunidade foi a forma de agradecermos a esses grandes parceiros, que contribuem para manter a floresta em pé e preservar essas árvores tão importantes para a biodiversidade brasileira, em uma época em que todos buscamos celebrar conquistas juntos. Buscamos sempre valorizar as nossas tradições, nossos ícones, que no fim traduzem do que somos feitos, a nossa essência tão brasileira e diversa”, afirma a vice-presidente de Marketing, Inovação e Sustentabilidade da Natura, Andrea Alvares.
Para Aldemir Pereira da Cunha, 30, que é líder comunitário em São Francisco do Iratapuru há seis anos, celebrar um símbolo local como a castanheira fez bem à comunidade. “A gente não tinha a experiência de uma árvore de Natal como essa […] um Natal da cultura da comunidade”, explica. “É muito legal quando há um movimento que envolve a comunidade, os jovens e os adultos. A gente fica muito feliz de receber esse presente.”
De tão marcante, a experiência já faz os moradores pensarem nas árvores de Natal brasileiras dos próximos anos. “No ano que vem, queremos fazer novamente. Desta vez no meio da cidade”, garante Juniel. Aos pés da árvore acesa, Benedita Mendes de Souza, 62, a Dona Bena - facilmente reconhecível por seus dois papagaios, sempre empoleirados em seus ombros - resumiu a experiência: “É a coisa mais linda”.
O processo deu origem a um minidocumentário que estreou nesta terça-feira (05.12.17), nas redes sociais da Natura.

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