terça-feira, 18 de outubro de 2016

“Novo Amapá”: Maior naufrágio do Brasil será contado em longa-metragem

Barco deixando Santana em janeiro de 1981.
Um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, durante essa semana, foi sobre um longa-metragem que será produzido no Amapá, contando um dos mais tristes episódios da navegação brasileira, que é o naufrágio do Barco-motor “Novo Amapá”, ocorrido na fronteira marítima entre o Estado do Pará e o Amapá, em janeiro de 1981.
O anúncio foi feito no último dia 08 de outubro, pelo ator-diretor de artes Wagner Júnior, que esteve em Macapá para participar da aula inaugural de uma oficina de interpretação cênica para TV e Cinema, coordenado pela produtora Monique Araújo.
Numa entrevista concedida com exclusividade ao blog, o cineasta paraense – que já vive há anos na capital paulista – contou que a idéia de levar a história desse naufrágio amapaense para as telonas surgiu durante sua última visita de trabalho ao Estado.
“Vim convidado pela produtora Monique Araújo para acompanhar umas aulas de interpretação no Estado, e como também estamos pretendendo fazer uma Oficina de interpretação, dessa mesma proporção, já agendado para o mês de dezembro, estamos querendo produzir um filme no final do curso”, relatou o cineasta, que ainda ressaltou que vários temas sobre o Estado do Amapá foram apresentados em pauta, para assim decidirem pela escolha do naufrágio como tema a ser projetado nas telas cinematográficas.
“Consultamos vários temas históricos do Amapá e muitos sugeriram pela historia desse naufrágio, que não apenas deixou um resultado negativo para a sociedade, como também vem despertando a curiosidade de várias gerações até hoje”, disse o cineasta, que já debateu o assunto até com parlamentares federais do Amapá.
“Tratei sobre o tema com o senador Randolfe Rodrigues (que é formado em História pela Unifap) e que já abraçou essa mesma causa e apoia o projeto”.
Atores locais
Wagner adiantou que grande parte do elenco que vai participar dessa produção cinematográfica será selecionada no Amapá, dando ainda mais realismo e ênfase ao projeto que será totalmente rodado no Estado.
“Em dezembro, estarei de volta em Macapá, acompanhado de quatro renomados atores nacionais (não revelou os nomes) da TV Globo, para ministrar uma Oficina de Interpretação com duração de quatro (04) meses, onde faremos o preparo e a seleção das pessoas que irão participar do filme”, explicou Wagner, que pretende manter cerca de 90% do elenco com atores genuinamente amapaenses.
Durante sua próxima estadia no Estado, o cineasta também vai aproveitar para realizar os estudos de pré-produção e roteirização do longa-metragem, que contará de um extenso estudo de campo.
“Levarei o Carlão Limeira (este que será diretor de fotografia do longa) para o Amapá, para mapear algumas locações e fazer entrevistas de campo que serão importantes para compor o material do longa-metragem”, detalhou o cineasta.
No entanto, Wagner explicou de antecipado sobre um dos pontos que vem sendo bastante questionado em relação ao interesse de levar o naufrágio do Barco “Novo Amapá”, mais referente ao momento em que a embarcação acabou tombando nas águas do Rio Cajari.
“Muita gente me questiona se vamos construir uma réplica do barco e sobre a cena do naufrágio, mas infelizmente isso não vai ser possível, por mais que hoje já exista recursos tecnológicos para se fazer uma cena dessas, nosso orçamento para o filme vai ser muito limitado, mas faremos um filme dentro do mais digno possível com a realidade”, pontuou Wagner.
Parcerias
Por se tratar de uma obra de alto custo orçamentário, Wagner já garante que recursos serão buscados em todos os níveis públicos de incentivos destinados à cultura cinematográfica do Brasil.
“De imediato, vamos cadastrar a obra no sistema de Direitos Autorais, que garantirá condições de buscar recursos para financiar o projeto, e claro que também tentaremos correr atrás de apoio público do Poder Estadual”, enfatizou.
Após a conclusão da obra (filme), Wagner deixou claro que sua pré-exibição ficará destinado aos mais conhecidos e conceituados festivais de cinemas do Brasil e do Mundo, para depois seguir em circuitos de cinemas nacionais e internacionais.
“Faremos de tudo para ele participar do Festival de Gramado (RS) e de outros festivais internacionais, como de Portugal, onde o cinema estrangeiro é bem visto e aplaudido”, espera com expectativa o cineasta, que ainda antecipou sua vontade de levar a história do maior desastre fluvial do Brasil ao redor do mundo.
“Queremos levar essa história ao conhecimento do mundo inteiro, e acreditamos que será um sucesso no cinema”, finalizou.
Naufrágio
O Barco-motor “Novo Amapá” naufragou na foz do Rio Cajarí na noite de 06 de janeiro de 1981, oito horas após deixar o Porto de Santana, levando mais de 600 pessoas a bordo.
Segundo dados (da época) repassados pelo Governo do Amapá, mais de 350 pessoas morreram e cerca de 30 nunca chegaram a ser encontrados, levando o fato ao topo dos maiores desastre da navegação mundial, sendo ele o 13º maior naufrágio do planeta.

Postado por: Jarí Noticias em 18/10/2016.

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