MP denuncia Zequinha Madeireiro e Euricélia por desvio e peculato.
Os
promotores Rodrigo Celestino Pinheiro Menezes e Marcelo José de
Guimarães e Moraes apresentaram denúncia na última sexta-feira (21). Se
condenados, os dois ex-prefeitos de Laranjal do Jari poderão ter os
direitos políticos cassados e devolver R$ 3 milhões ao erário
Postado por: Jarí Noticias em 24/03/2014
O
Ministério Público do Amapá denunciou o ex-prefeito de Laranjal do
Jari, Manoel Alves Pereira, o Zequinha Madeireiro, por improbidade
administrativa. A Ação Civil Pública protocolada pelo promotor de
Justiça Rodrigo Celestino Pinheiro Menezes, na última sexta-feira (21),
pede a condenação do ex-prefeito por fraude em licitação e
favorecimento.
O esquema chegou ao conhecimento da Promotoria de
Laranjal do Jari após denúncia do empresário Miguel dos Santos Guterres
Ribeiro, dono da J.M. Construções Ltda. Ao pedir interferência dos
promotores para receber valores de contratos em atraso na prefeitura,
acabou investigado e denunciando um esquema de fraude e pagamento de
propina que envolve o irmão do ex-prefeito, Lindomar Alves Pereira,
igualmente denunciado.
Após a denúncia de Guterres os promotores chegaram a
Joaquim Cândido Correa, representante legal da J.M. Construções. Ele
ampliou a investigação contando aos promotores que havia “ganhado” um
contrato de cerca de R$ 1 milhão para reformar escolas municipais, mas
que apesar de ter executado parte das obras, não recebeu o equivalente
R$ 600 mil porque teria se recusado a continuar pagando propina de 20% a
Lindomar Pereira, o irmão de Zequinha Madeireiro.
Segundo o MP, o irmão do prefeito exigia 20% do
valor de todas as prestações referentes aos serviços prestados pela J.M.
Construções. A empresa chegou a receber R$ 270 mil, dos quais R$ 70 mil
foram pagos em propina ao irmão-operador do prefeito Zequinha
Madereireiro. Como os pagamentos começaram a atrasar, a empesa se
recusou a pagar a propina. Como consequência a empresa nunca mais
recebeu nada da prefeitura.
Lindomar Alves Pereira, irmão de Zequinha
Madeireiro, apesar de não possuir cargo nenhum na Prefeitura de Laranjal
do Jari, possuía total liberdade para operar em todos os setores da
prefeitura, em especial na Secretaria de Finanças e na Secretaria de
Administração e Planejamento, segundo apuraram os promotores. Era o
próprio Zequinha Madeireiro quem dava autonomia para Lindomar contratar
serviços para sua administração.
De acordo a denúncia, o coordenador de
desenvolvimento urbano da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano
e Infraestrutura (Seinf), Lucivaldo Martins Nobre, atestou ao
Ministério Público que quando Lucivaldo estava envolvido em qualquer
obra, havia uma certa “agilidade em relação ao fluxo do processo”, ou
seja, a emissão da Ordem de Serviço e o pagamento das faturas. Lindomar
também tinha trânsito livre na Comissão Permante de Licitação da
Prefeitura de Laranjal do Jari e no Departamento de Contratos e
Convênios.
Outra denuncia, também protocolada na última
sexta-feira (21), pede a condenação da ex-prefeita de Laranjal,
Euricélia Cardoso, e do próprio Zequinha Madeireiro, por peculato e
desvio de dinheiro. Os dois foram denunciados pelo Banco Fibra por
conta de se apropriarem de dinheiro de empréstimos consignados. Eles
teriam desviado R$ 2 milhões.
Em 3 de outubro do ano passado, por decisão da juíza da 7ª Zona
Eleitoral, Carline Cabral Nunes, Zeca Madeireiro foi condenado à perda
do mandato, enquanto sua patrona, Euricélia Cardoso, teve como pena a
inelegibilidade por oito anos, além de multa de 20 mil Ufir por ter
favorecido seu apadrinhado em 2012.Postado por: Jarí Noticias em 24/03/2014
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