Lideranças indígenas pedem no MPF que buscas por avião desaparecido sejam retomadas.
Sem respostas dos familiares sumidos há mais de dois meses e após suspensão total das buscas pelas Forças Armadas, representantes indígenas de povos do Amapá e Pará pedem apoio ao Ministério Público Federal (MPF) para a retomada das buscas pelo monomotor desaparecido na Floresta Amazônia com sete índios e o piloto, desde o dia 2 de dezembro do ano passado.
O pedido para a continuidade da procura foi feito nesta terça-feira (12) pela Articulação dos Povos Indígenas do Amapá e Norte do Pará (Apoianp), Associação dos Povos Indígenas Wayana e Aparai (Apiwa) e pela Funai. Os três representantes foram recebidos pelo procurador da República Alexandre Guimarães, a quem relataram que as famílias estão se sentido abandonadas pelo poder público.
“Depois da paralisação nós fizemos buscas por conta própria, as comunidades indígenas e os familiares do piloto deram esse apoio. Nós fizemos esse trabalho, mas sem sucesso. Nós não conseguimos ver nada ainda. As comunidades já voltaram para as suas aldeias e nós não temos equipes na mata. Precisamos dar o mínimo de conforto para as famílias”, disse Kutanan Waiana, coordenador executivo da Apoianp.
O procurador explicou que o MPF já havia solicitado ao Governo Federal que equipes voltassem a procurar pelos desaparecidos, mas o Departamento de Controle do Espaço Aéreo respondeu que a localização geográfica indicada pelos indígenas e pela Funai já havia sido alvo das operações de buscas e salvamento e nada mais poderia ser feito.
Ao ouvir os representantes, Guimarães garantiu que vai avaliar novas formas de sensibilizar e cobrar que os voos sejam restabelecidos.
“A partir dessa informação nós vamos analisar a fundamentação da Força Aérea, e vamos buscar, junto às comunidades indígenas, novos indícios de localização dessa aeronave desaparecida”, disse.
Desaparecimento
A aeronave de pequeno porte que desapareceu com piloto e uma família com sete indígenas em 2 de dezembro de 2018 durante um voo entre a aldeia Mataware, no Parque do Tumucumaque, e o município de Laranjal do Jari, no sul do Amapá.
A aeronave de pequeno porte que desapareceu com piloto e uma família com sete indígenas em 2 de dezembro de 2018 durante um voo entre a aldeia Mataware, no Parque do Tumucumaque, e o município de Laranjal do Jari, no sul do Amapá.
A região é de difícil acesso e o transporte aéreo é a única forma de se chegar às aldeias. Em função da geografia da região, a maior parte do trajeto é feito em território paraense, pela cidade de Almeirim.
A bordo estava uma família de índios Tiriyó: professor, esposa e três filhos, uma aposentada e o seu genro; além do piloto.
De acordo com Kutanan Waiana, a contratação de pequenos aviões para transporte entre aldeias é comum na região, com viagens que custam entre R$ 3 mil e R$ 10 mil.
A área chegou a ser sobrevoada pela Força Aérea Brasileira (FAB) e monitorada pelo Exército durante 14 dias, mas foram suspensas sem nenhum vestígio encontrado. O pedido para a continuidade da procura foi feito pela Articulação dos Povos Indígenas do Amapá e Norte do Pará (Apoianp).
Em oficio enviado à Funai, as Forças Armadas reiteraram o esforço feito, mas que não será
feito nenhum novo voo em busca da aeronave desaparecida.
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