segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

FAB suspende buscas por avião desaparecido com indígenas.

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou, na tarde desta segunda-feira (17), que suspendeu as buscas pelo avião desaparecido com indígenas na Floresta Amazônica, no dia 2 de dezembro. O Exército Brasileiro também cancelou as buscas, argumentando não ter suporte de aeronaves para cobrir uma área tão extensa.
Em nota, a FAB detalhou que nos 14 dias de procura foram realizadas 128 horas de voo com as aeronaves SC-105 Amazonas SAR, C-130 Hércules e o helicóptero H-60 Black Hawk. A busca agora está limitada a um grupo de índios e garimpeiros, por terra.
Ainda segundo a FAB, as equipes sobrevoaram uma área de 12.550 km², o equivalente a cerca de 12 mil campos de futebol.
“No total, os aviões envolvidos nas buscas percorreram a distância em linha reta de mais de 20 mil quilômetros, o que se aproxima a uma viagem entre São Paulo e Tóquio não sendo encontrado nem um vestígio do avião”, diz trecho da nota.
A aeronave desapareceu entre a aldeia Mataware, no Parque do Tumucumaque, e o município de Laranjal do Jari, no Oeste do Amapá. Segundo a Força Aérea Brasileira, as aeronaves cumpriram padrões internacionais de busca, mas a mata fechada e região montanhosa são fatores que dificultaram a observação pelas equipes.
Um total de 60 militares estiveram envolvidos nas buscas, que foi coordenada pelo Centro de Coordenação de Busca e Salvamento de Manaus (Salvaero). A unidade operacional do Quarto Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta IV) é responsável pela coordenação das missões de busca a aeronaves e embarcações na região Norte do país.
Desaparecimento
O avião monomotor, de prefixo PT-RDZ, transportava sete pessoas de uma família de índios Tiriyó, além do piloto. A viagem, que partiu no domingo (2 de dezembro) e fez a última comunicação às 12h06, foi contratada pelos indígenas para fazer o trajeto entre a aldeia Matawaré, no Parque do Tumucumaque, e o município amapaense de Laranjal do Jari.
A região é de difícil acesso e o transporte aéreo é a única forma de se chegar as aldeias. Em função da geografia da região, a maior parte do trajeto é feito em território paraense, pela cidade de Almeirim.
A bordo estava uma família de índios Tiriyó: professor, esposa e três filhos, uma aposentada e o seu genro. Além do piloto, Jeziel Barbosa de Moura, que tem mais de 30 anos de experiência.
De acordo com Kutanan Waiana, da coordenação executiva da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Amapá e Norte do Pará, a contratação de pequenos aviões para transporte entre aldeias é comum na região, com viagens que custam entre R$ 3 mil e R$ 10 mil.

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