Produtores de queijo de Almeirim buscam certificação junto ao poder público .

Cerca de 180 produtores artesanais de manteiga e queijo de búfala da região do Chicaia, Paru e Arraiolos, município de Almeirim, estiveram reunidos com representantes do poder público estadual e municipal no auditório do Centro Educacional da Secretaria Municipal de Educação (Semed) do município. A programação, que contou com palestras ministradas por técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado o Pará (Emater) e da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), possibilitou o debate das ações que devem ocorrer a partir de agora para a regularização da produção local, com vistas à certificação do queijo almeirimense.

O objetivo maior dessa força-tarefa está na construção do Programa de Qualificação e Fortalecimento da Cadeia Produtiva do Leite no município. Atualmente, o rebanho bubalino em Almeirim soma 30 mil cabeças e o bovino, 23 mil. Segundo dados da Emater, existem no município 724 propriedades rurais, sendo que a produção de queijo de búfala ocorre em quase 500 delas.

“A produção de queijo é intensa e a adequação é um futuro certo, já que a lei estadual que regulariza a produção artesanal está em vigor desde 2011. Agora o prazo para essa adequação será alargado até o primeiro produtor conseguir a certificação da produção, o que segundo as nossas previsões deve acontecer até o final deste ano. Essa é uma tendência natural, e exatamente para que possamos cobrar as boas práticas na produção, necessárias a essa regularização, é que estamos fazendo um esforço integrado para auxiliar e esclarecer os produtores”, declarou Mário Tavares, coordenador de produtos artesanais da Adepará.

Durante a reunião foi apresentado um cronograma de trabalho. "O objetivo é justamente tranquilizar o produtor que precisa se adequar", explica a a médica veterinária Onilse Barra Ribeiro, coordenadora de cadeia animal da Emater. Segundo ela, nos meses de julho, agosto e setembro serão aplicados os questionários para a elaboração do diagnóstico, com um levantamento das propriedades e verificação das reais necessidades. “E já em outubro apresentaremos os resultados para as comunidades, em reuniões posteriores, para que assim possamos montar estratégias que contemplem todas as propriedades”, disse.

Na ocasião, Emater e Adepará repassaram as primeiras informações sobre o processo de adequação, como os cuidados com a produção de alimentos, segurança na higiene,  normas de boas práticas de fabricação e controle de produção aplicada às queijarias. Segundo o médico veterinário da Adepará, George Santos, será preciso atentar para as várias fases, “desde a localização das instalações ao armazenamento e transporte, passando pela capacitação dos trabalhadores e controle de pragas e vetores, além de instruções sobre melhoramento genético do rebanho”.

Fonte: Tribuna da Calha Norte