sábado, 11 de agosto de 2018

Prefeito de Vitória do Jari é alvo de reportagem sobre compra de diplomas de mérito.

Raimundo Alcimar Ney de Souza (PT), conhecido como Dielson, prefeito do município de Vitória do Jari, foi um dos alvos de reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, exibida no domingo (5).
Dielson, um dos dois únicos prefeitos do Partido dos Trabalhadores (PT) reeleitos em 2016, apareceu no programa em um comércio de diplomas de mérito para vereadores, prefeitos e secretários municipais de todo o país. Políticos são suspeitos de usarem recursos públicos para conquistar as premiações. As empresas que fornecem os prêmios – conforme a reportagem – são a União Brasileira de Divulgação (UDB), de Pernambuco, e o Instituto Tiradentes, de Minas Gerais. Juntas, as duas instituições promovem até 20 premiações por ano.
Para mostrar a falta de critérios na hora de conceder esse tipo de premiação, a reportagem conseguiu negociar a compra de um diploma para um jumento – o jumento Precioso. Para mostrar como a UDB vende prêmios, o repórter da RBS TV mandou uma mensagem para o celular da empresa.
Dielson não é o único prefeito do Amapá a receber esse tipo de “premiação”, mas apenas ele do estado foi citado na reportagem do Fantástico. Nos eventos, os políticos recebem diploma de “vereador mais atuante” ou “prefeito mais atuante”. A maioria dos participantes desse tipo de evento usa dinheiro público para pagar pelas inscrições e também gasta diárias pagas pela prefeitura ou pela Câmara para ir nas cerimônias. O prefeito de Vitória do Jari disse ao programa que sua assessoria jurídica iria analisar a situação. A reportagem não revela se ele usou dinheiro público para pagar pelo diploma e custear passagens e hospedagem.
MANDATO CASSADO
Em junho deste ano, o prefeito Raimundo “Dielson” Alcimar Ney de Souza e o vice-prefeito José de Assunção Ferreira Câmara foram cassados por decisão da juíza da 7ª Zona Eleitoral, denunciados por abuso de poder político para obtenção de votos nas eleições de 2016, quando foram reeleitos. Eles recorreram ao Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP), que ainda não julgou o recurso, e permanecem nos cargos.
A cassação foi imposta pela juíza Marina Lorena Lustosa Vidal, que se baseou em denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE) que investigou o excesso na contratação de servidores públicos para a prefeitura meses antes da eleição, contrariando a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Além da cassação, Dielson e Assunção foram declarados inelegíveis por oito anos a partir de 2016. A juíza aceitou apenas a acusação de abuso de poder econômico, tendo inocentado os dois dos crimes de compra de votos e prática de conduta vedada.

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